Modelo plus size brasileira recebe prêmio em Nova York

Há quatro anos, quando falar de gordinhas e moda GG no Brasil ainda era motivo de chacota, a modelo plus size Fluvia Lacerda decidiu que era preciso tentar mudar esse cenário e quebrar os paradigmas que impediam as gordinhas de também serem vistas como padrões de beleza. Apontada pelas agências internacionais como uma das modelos plus size mais famosas e requisitadas do mundo, Fluvia não mediu esforços para vir a sua terra natal diversas vezes para falar sobre o assunto.

No começo não havia muita expectativa, achei que o Brasil nunca incorporaria o conceito de belezas vindas em diferentes pacotes, respeitando a sua genética e o seu bem estar. Mas eu tinha que tentar, afinal, queria libertar as mulheres do meu país dessa ditadura ridícula, onde morrer de fome e corpos cada dia mais esqueléticos ainda são motivos para aplausos. A realidade do mundo está mudando e o Brasil precisava acordar para isso”, explica a modelo.

Além do Brasil, Países como Estados Unidos, México, Canadá, Alemanha, Austrália, Dinamarca, França, Holanda, Londres, África do Sul, Espanha, entre tantos outros, também foram influenciados pela campanha de democratização da beleza feminina feita pela brasileira. Por conta disso, a fundadora do Full Figured Fashion Week (Semana de Moda Plus Size de NY), Gwendolyn DeVoe, anunciou que Fluvia Lacerda receberá o prêmio de “Modelo Plus Size do ano”, por todos os esforços em promover o segmento no mundo. A terceira edição do evento começa no dia 16 de junho e será realizada no Metropolitan, em NY. Já a premiação ocorre no dia 18, a partir das 18h.
A modelo, que acaba de voltar de sessões fotográficas da Alemanha e de Barcelona e é estrela da nova campanha publicitária da americana Kmart, diz que está surpresa com a indicação. “Nunca pensei que esse trabalho que encabecei mexeria tanto com as pessoas. Uma vez, o apresentador Faustão ainda brincou dizendo que eu era a advogada das gordinhas. Começo a achar que ele tinha razão”, brinca Fluvia.
Ansiosa com o evento, a top planeja usar um modelito desenhado por ela mesma juntamente com a estilista de Barcelona Ana Gomez. “Para uma ocasião tão importante, desenhamos um vestido especial, algo único e que reflete a emoção que estou sentindo. Pela primeira vez, as pessoas poderão visualizar nas roupas um pouco mais de quem é a Fluvia”, conta a modelo.


Questionada sobre o lançamento da sua grife no Brasil, Fluvia Lacerda, que recebeu o título de Gisele Bündchen plus size, não esconde sua vontade. “O próprio mercado criou rumores de que eu lançaria uma marca este ano, mas isso requer mais que vontade de fazer e sim tempo para me dedicar a este projeto. Quero poder acompanhar tudo de perto, escolher os estilistas, o perfil das vendedoras, a montagem das lojas. Quando acontecer, quero que a consumidora sinta a magia do universo plus size só de adentrar a loja. Hoje, tenho mais de 300 modelos de roupas que eu mesma desenhei. Mas morando em NY e com a agenda tão apertada para campanhas fotográficas, fica quase impossível parar e investir nisso. O ideal seria encontrar um parceiro brasileiro que pudesse dar esse pontapé inicial até eu conseguir me organizar”, finaliza Fluvia Lacerda, que recentemente foi procurada por uma grande multimarca brasileira para assinar uma linha de roupa.
A modelo nasceu no Rio de Janeiro e se mudou para a Nova Iorque há quase 13 anos. Ela foi descoberta por uma editora de revista de moda em um ônibus em Manhattan ainda quando era babá e desde então não parou de fotografar. Ela é a única brasileira a trabalhar como modelo “plus size” no exterior e faz parte do casting da agência Ford Models americana. Fluvia é hoje um dos rostos mais procurados pela indústria da moda GG mundial e conhecida como a versão “plus size” da modelo Gisele Bündchen. Já fotografou nos EUA, Espanha, México, Canadá, Alemanha, Austrália, Jamaica, França, Holanda, Londres, África do Sul e Brasil e para grandes marcas como Kmart, Biluzik, Tórrid e IGIGI. Entre os trabalhos mais importantes está a capa do calendário americano Curves, que teve toda a renda voltada à instituições de pessoas com distúrbios alimentares.
Fonte: House of Models por Fabio Lage

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